quarta-feira, 20 de junho de 2012

Tema: Criar reportagem a partir de texto literário.

 Após a leitura do intrigante conto "Venha ver o pôr-do-sol", da escritora Lygia fagundes Telles, os alunos deveriam criar uma notícia de jornal a respeito do caso.

Leia os textos produzidos por nossos alunos e, se quiser entender melhor, leia o texto-tema no final da página. Isso vai te custar alguns minutos... que valerão a pena!


GAROTA ENCONTRA EX-AMANTE E DESAPARECE!
O caso entre Raquel da Silva Buarque, 29, e Ricardo de Castro,
 31, deixou de ser uma simples brincadeira e passou
 a uma possível tragédia
 
                Segundo informações obtidas a partir do depoimento de uma das amigas próximas da víitima, a qual nao quis se indentificar, na noite anterior ao desaparecimento Raquel havia comentado com ela que se encontraria com o ex-amante que implorara durante dias seguidos por um último encontro. A amiga ainda teria brincado com ela dizendo que ex era sempre ex, nunca sai do pé.
                A polícia investigativa interrogou Castro, que afirma não ter visto Raquel no dia do desaparecimento, tampouco nos últimos meses.
                 A polícia ainda continua investigando o caso.

Tainá Cristina e Laciane Ellen - 2ª série A - Ensino Médio - 2012



MOÇA DESAPARECIDA É ENCONTRADA EM CEMITÉRIO

Um fato chocante está acontecendo na cidade de São Paulo

Terça-feira




VENHA VER O PÔR-DO-SOL

Lygia Fagundes Telles
      ELA SUBIU sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde.

      Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial de estudante.
      - Minha querida Raquel.
Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.
      - Vejam que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que idéia, Ricardo, que idéia! Tive que descer do taxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em cima.

      Ele sorriu entre malicioso e ingênuo.
      - Jamais, não é? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece nessa elegância…Quando você andava comigo, usava uns sapatões de sete-léguas, lembra?
      - Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui? – perguntou ela, guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. – Hem?!
      - Ah, Raquel… – e ele tomou-a pelo braço rindo.
      - Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e dourado… Juro que eu tinha que ver uma vez toda essa beleza, sentir esse perfume. Então fiz mal?
      - Podia ter escolhido um outro lugar, não? – Abrandara a voz – E que é isso aí? Um cemitério?
Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de ferro, carcomido pela ferrugem.
      - Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos e mortos, desertaram todos. Nem os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo – acrescentou, lançando um olhar às crianças rodando na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou a fumaça na cara do companheiro. Sorriu. – Ricardo e suas idéias. E agora? Qual é o programa?
Brandamente ele a tomou pela cintura.
      - Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um instante e te mostrarei o pôr do sol mais lindo do mundo.
Perplexa, ela encarou-o um instante. E vergou a cabeça para trás numa risada.
      - Ver o pôr do sol!…Ah, meu Deus… Fabuloso, fabuloso!… Me implora um último encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longe para esta buraqueira, só mais uma vez, só mais uma! E para quê? Para ver o pôr do sol num cemitério…
Ele riu também, afetando encabulamento como um menino pilhado em falta.
      - Raquel minha querida, não faça assim comigo. Você sabe que eu gostaria era de te levar ao meu apartamento, mas fiquei mais pobre ainda, como se isso fosse possível. Moro agora numa pensão horrenda, a dona é uma Medusa que vive espiando pelo buraco da fechadura…
       - E você acha que eu iria?
      - Não se zangue, sei que não iria, você está sendo fidelíssima. Então pensei, se pudéssemos conversar um instante numa rua afastada… - disse ele, aproximando-se mais. Acariciou-lhe o braço com as pontas dos dedos. Ficou sério. E aos poucos, inúmeras rugazinhas foram se formando em redor dos seus olhos ligeiramente apertados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressão astuta. Não era nesse instante tão jovem como aparentava. Mas logo sorriu e a rede de rugas desapareceu sem deixar vestígio. Voltou-lhe novamente o ar inexperiente e meio desatento –Você fez bem em vir.
      - Quer dizer que o programa… E não podíamos tomar alguma coisa num bar?
      - Estou sem dinheiro, meu anjo, vê se entende.
      - Mas eu pago.
      - Com o dinheiro dele? Prefiro beber formicida. Escolhi este passeio porque é de graça e muito decente, não pode haver passeio mais decente, não concorda comigo? Até romântico.
      Ela olhou em redor. Puxou o braço que ele apertava.
      - Foi um risco enorme Ricardo. Ele é ciumentíssimo. Está farto de saber que tive meus casos. Se nos pilha juntos, então sim, quero ver se alguma das suas fabulosas idéias vai me consertar a vida.
      - Mas me lembrei deste lugar justamente porque não quero que você se arrisque, meu anjo. Não tem lugar mais discreto do que um cemitério abandonado, veja, completamente abandonado – prosseguiu ele, abrindo o portão. Os velhos gonzos gemeram. – Jamais seu amigo ou um amigo do seu amigo saberá que estivemos aqui.
      - É um risco enorme, já disse . Não insista nessas brincadeiras, por favor. E se vem um enterro? Não suporto enterros.
      - Mas enterro de quem? Raquel, Raquel, quantas vezes preciso repetir a mesma coisa?! Há séculos ninguém mais é enterrado aqui, acho que nem os ossos sobraram, que bobagem. Vem comigo, pode me dar o braço, não tenha medo…
      O mato rasteiro dominava tudo. E, não satisfeito de ter se alastrado furioso pelos canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrando-se ávido pelos rachões dos mármores, invadira alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse com a sua violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da morte. Foram andando vagarosamente pela longa alameda banhada de sol. Os passos de ambos ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas secas trituradas sobre os pedregulhos. Amuada mas obediente, ela se deixava conduzir como uma criança. Às vezes mostrava certa curiosidade por uma ou outra sepultura com os pálidos medalhões de retratos esmaltados.
      - É imenso, hem? E tão miserável, nunca vi um cemitério mais miserável, é deprimente – exclamou ela atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho de cabeça decepada.- Vamos embora, Ricardo, chega.
      - Ah, Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente por quê? Não sei onde foi que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da tarde, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambigüidade. Estou lhe dando um crepúsculo numa bandeja e você se queixa.
      - Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre.
Delicadamente ele beijou-lhe a mão.
      - Você prometeu dar um fim de tarde a este seu escravo.
      - É, mas fiz mal. Pode ser muito engraçado, mas não quero me arriscar mais.
      - Ele é tão rico assim?
      - Riquíssimo. Vai me levar agora numa viagem fabulosa até o Oriente. Já ouviu falar no Oriente? Vamos até o Oriente, meu caro…
Ele apanhou um pedregulho e fechou-o na mão. A pequenina rede de rugas voltou a se estender em redor dos seus olhos. A fisionomia, tão aberta e lisa, repentinamente escureceu, envelhecida. Mas logo o sorriso reapareceu e as rugazinhas sumiram.
      - Eu também te levei um dia para passear de barco, lembra?
Recostando a cabeça no ombro do homem, ela retardou o passo.
      - Sabe Ricardo, acho que você é mesmo tantã…Mas, apesar de tudo, tenho às vezes saudade daquele tempo. Que ano aquele! Palavra que, quando penso, não entendo até hoje como agüentei tanto, imagine um ano.
      - É que você tinha lido A dama das Camélias, ficou assim toda frágil, toda sentimental. E agora? Que romance você está lendo agora. Hem?
      - Nenhum – respondeu ela, franzindo os lábios. Deteve-se para ler a inscrição de uma laje despedaçada: – A minha querida esposa, eternas saudades – leu em voz baixa. Fez um muxoxo.- Pois sim. Durou pouco essa eternidade.
      Ele atirou o pedregulho num canteiro ressequido.
      Mas é esse abandono na morte que faz o encanto disto. Não se encontra mais a menor intervenção dos vivos, a estúpida intervenção dos vivos. Veja- disse, apontando uma sepultura fendida, a erva daninha brotando insólita de dentro da fenda -, o musgo já cobriu o nome na pedra. Por cima do musgo, ainda virão as raízes, depois as folhas…Esta a morte perfeita, nem lembrança, nem saudade, nem o nome sequer. Nem isso.
      Ela aconchegou-se mais a ele. Bocejou.
      - Está bem, mas agora vamos embora que já me diverti muito, faz tempo que não me divirto tanto, só mesmo um cara como você podia me fazer divertir assim – Deu-lhe um rápido beijo na face. – Chega Ricardo, quero ir embora.
      - Mais alguns passos…
      - Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros! – Olhou para atrás. – Nunca andei tanto, Ricardo, vou ficar exausta.
-       A boa vida te deixou preguiçosa. Que feio – lamentou ele, impelindo-a para frente. – Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha gente, é de lá que se vê o pôr do sol. – E, tomando-a pela cintura: – Sabe, Raquel, andei muitas vezes por aqui de mãos dadas com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos os domingos minha mãe vinha trazer flores e arrumar nossa capelinha onde já estava enterrado meu pai. Eu e minha priminha vínhamos com ela e ficávamos por aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos. Agora as duas estão mortas.
      - Sua prima também?
      - Também. Morreu quando completou quinze anos. Não era propriamente bonita, mas tinha uns olhos…Eram assim verdes como os seus, parecidos com os seus. Extraordinário, Raquel, extraordinário como vocês duas…Penso agora que toda a beleza dela residia apenas nos olhos, assim meio oblíquos, como os seus.
      - Vocês se amaram?
      - Ela me amou. Foi a única criatura que…- Fez um gesto. – Enfim não tem importância.
      Raquel tirou-lhe o cigarro, tragou e depois devolveu-o
      - Eu gostei de você, Ricardo.
      - E eu te amei. E te amo ainda. Percebe agora a diferença?
Um pássaro rompeu o cipreste e soltou um grito. Ela estremeceu.
      - Esfriou, não? Vamos embora.
      - Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos.
      Pararam diante de uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta rangeu quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu um cubículo de paredes enegrecidas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo. Dois vasos de desbotada opalina ladeavam um tosco crucifixo de madeira. Entre os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas, pendendo como farrapos de um manto que alguém colocara sobre os ombro do Cristo. Na parede lateral, à direita da porta, uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo em caracol para a catacumba.
      Ela entrou na ponta dos pés, evitando roçar mesmo de leve naqueles restos da capelinha.
      - Que triste é isto, Ricardo. Nunca mais você esteve aqui?
      Ele tocou na face da imagem recoberta de poeira. Sorriu melancólico.
      - Sei que você gostaria de encontrar tudo limpinho, flores nos vasos, velas, sinais da minha dedicação, certo?
      - Mas já disse que o que eu mais amo neste cemitério é precisamente esse abandono, esta solidão. As pontes com o outro mundo foram cortadas e aqui a morte se isolou total. Absoluta.
      Ela adiantou-se e espiou através das enferrujadas barras de ferro da portinhola. Na semi-obscuridade do subsolo, os gavetões se estendiam ao longo das quatro paredes que formavam um estreito retângulo cinzento.
      - E lá embaixo?
      - Pois lá estão as gavetas. E, nas gavetas, minhas raízes. Pó, meu anjo, pó- murmurou ele. Abriu a portinhola e desceu a escada. Aproximou-se de uma gaveta no centro da parede, segurando firme na alça de bronze, como se fosse puxá-la. – A cômoda de pedra. Não é grandiosa?
      Detendo-se no topo da escada, ela inclinou-se mais para ver melhor.
      - Todas estas gavetas estão cheias?
      - Cheias?…- Sorriu.- Só as que tem o retrato e a inscrição, está vendo?  Nesta está o retrato da minha mãe, aqui ficou minha mãe- prosseguiu ele, tocando com as pontas dos dedos num medalhão esmaltado, embutido no centro da gaveta.
      Ela cruzou os braços. Falou baixinho, um ligeiro tremor na voz.
      - Vamos, Ricardo, vamos.
      - Você está com medo?
      - Claro que não, estou é com frio. Suba e vamos embora, estou com frio!
      Ele não respondeu. Adiantara-se até um dos gavetões na parede oposta e acendeu um fósforo. Inclinou-se para o medalhão frouxamente iluminado:
      - A priminha Maria Emília. Lembro-me até do dia em que tirou esse retrato. Foi umas duas semanas antes de morrer… Prendeu os cabelos com uma fita azul e vejo-a se exibir, estou bonita? Estou bonita?…- Falava agora consigo mesmo, doce e gravemente.- Não, não é que fosse bonita, mas os olhos…Venha ver, Raquel, é impressionante como tinha olhos iguais aos seus.
      Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar em nada.
      - Que frio que faz aqui. E que escuro, não estou enxergando…
      Acendendo outro fósforo, ele ofereceu-o à companheira.
      - Pegue, dá para ver muito bem…- Afastou-se para o lado.- Repare nos olhos.
      - Mas estão tão desbotados, mal se vê que é uma moça…- Antes da chama se apagar, aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente.- Maria Emília, nascida em vinte de maio de mil oitocentos e falecida…- Deixou cair o palito e ficou um instante imóvel – Mas esta não podia ser sua namorada, morreu há mais de cem anos! Seu menti…
      Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A peça estava deserta. Voltou o olhar para a escada. No topo, Ricardo a observava por detrás da portinhola fechada. Tinha seu sorriso meio inocente, meio malicioso.
      - Isto nunca foi o jazigo da sua família, seu mentiroso? Brincadeira mais cretina! – exclamou ela, subindo rapidamente a escada. – Não tem graça nenhuma, ouviu?
       Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro. Então deu uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás.
      - Ricardo, abre isto imediatamente! Vamos, imediatamente! – ordenou, torcendo o trinco.- Detesto esse tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no que dá seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira mais estúpida!
      - Uma réstia de sol vai entrar pela frincha da porta, tem uma frincha na porta. Depois, vai se afastando devagarinho, bem devagarinho. Você terá o pôr do sol mais belo do mundo.
Ela sacudia a portinhola.
       - Ricardo, chega, já disse! Chega! Abre imediatamente, imediatamente!- Sacudiu a portinhola com mais força ainda, agarrou-se a ela, dependurando-se por entre as grades. Ficou ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Ensaiou um sorriso.   – Ouça, meu bem, foi engraçadíssimo, mas agora preciso ir mesmo, vamos, abra…
      Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuídos. Em redor deles, reapareceram as rugazinhas abertas em leque.
      - Boa noite, Raquel.
      - Chega, Ricardo! Você vai me pagar!… – gritou ela, estendendo os braços por entre as grades, tentando agarrá-lo.- Cretino! Me dá a chave desta porcaria, vamos!- exigiu, examinando a fechadura nova em folha. Examinou em seguida as grades cobertas por uma crosta de ferrugem. Imobilizou-se. Foi erguendo o olhar até a chave que ele balançava pela argola, como um pêndulo. Encarou-o, apertando contra a grade a face sem cor. Esbugalhou os olhos num espasmo e amoleceu o corpo. Foi escorregando.
      - Não, não…
Voltado ainda para ela, ele chegara até a porta e abriu os braços. Foi puxando as duas folhas escancaradas.
      - Boa noite, meu anjo.
      Os lábios dela se pregavam um ao outro, como se entre eles houvesse cola.  Os olhos rodavam pesadamente numa expressão embrutecida.
      - Não…
      Guardando a chave no bolso, ele retomou o caminho percorrido. No breve silêncio, o som dos pedregulhos se entrechocando úmidos sob seus sapatos. E, de repente, o grito medonho, inumano:
      - NÃO!
     Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento. Nenhum ouvido humano escutaria agora qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi descendo a ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda
.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ARTIGO DE OPINIÃO: a importância da leitura

           UM BOM LIVRO

            Atualmente os jovens preferem trocar um bom livro por algo que aparentemente seja mais interessantes, por exemplo o computador, a televisão, o telefone celular, ou outras tecnologias, deixando assim de conhecer um mundo mágico que os livros trazem. Já outros jovens preferem assistir a um filme relacionado com histórias contadas nos livros, porém ele nunca traz as informações completas.
          Nos dias atuais, quando a maioria não tem o hábito da leitura, os poucos que leem, muitas vezes, não são capazes de interpretar a boa leitura, dessa forma muito poucos gostam realmente de ler.
          Sabemos que a leitura é fundamental na vida, pois é através dela que podemos adquirir os conhecimentos que nos levam a oportunidades no futuro.
           Enfim a leitura é tudo, esta presente em cada dia na nossa vida, sem ela não chegaremos a lugar nenhum. Um bom livro fará  com que você seja alguém na vida, contribuindo para que alcance o sucesso.

                                              Jéssica C. B. Rodrigues - 2ª série A - Ensino Médio - 2012



domingo, 3 de junho de 2012

Produção de texto narrativo a partir de observação de imagem

NUM ÚLTIMO DIA DE OUTONO

          Em uma época bem distante, quando os campos eram mais floridos, onde dava para se escutar ao longe o canto dos mais belos pássaros, vivia um pobre e humilde homem chamado Thomás, que era completamente apaixonado pela filha de seu patrão.  Não era uma paixão qualquer, era um sentimento capaz de mover montanhas, de fazer do impossível, possível.
          Sofia era meiga, doce e, por ser fillha de um homem tão importante, tinha seus desejos limitados e uma dessas limitações era não poder escolher a quem entregaria seu coração.
          Sem saber que Sofia retribuía todo o amor que Thomás lhe oferecia, Otávio mandou que um de ses capatazes tivessem uma "conversinha" com ele, pois lhe chegara aos ouvidos que um pobre infeliz plebeu estava apaixonado por sua filha. Os capatazes atrás de Thomás foram, porém não o encontraram, mandaram-lhe então um recado por Enzo, um amigo de Thomas. Seu amigo logo lhe deu o recado de que Otávio estava a sua espera.
          Já sabendo de que se tratava o assunto, o pobre plebeu tratou logo de avisar sua amada de que o romance de ambos fora descoberto e que ele deveria sair da cidade o mais rápido possível. Ela não concordou e tentando impedi-lo de partir, propôs que deixassem os domínios de seu pai juntos.
          Sem pestanejar, Thomás aceitou sua proposta e os dois partiram a cavalo para longe dali.
          Sabendo de que sua filha ajudara na fuga, ordenou a seus homens que os encontrassem e os matassem. " O que Sofia fez foi  uma grande traição", alegou ele. Os homens de Otávio os encontraram e no mesmo lugar onde os campos eram mais floridos e cantava o pássaro mais belo, os dois foram brutalmente assassinados, sem nenhuma chance de defesa.  Os assassinos os deixaram ao pé de uma roseira, onde Sofia e Thomás tinha tido o primeiro beijo.
          No último suspiro, Sofia, doce, meiga e carinhosa como era, sussurrou aos ouvidos do amado: "Se na vida não podemos nos amar, talvez a morte nos proporcione tal proeza", e os dois se beijaram. Um beijo terno, quente e com o gosto da morte.   
          E morreram os dois abraçados num  último dia de Outono...


Rebecca - 1ª série A - Ensino Médio - 2012

O RELOJOEIRO

 


 
              Na década de oitenta, em um pequeno bairro de Paris, havia um relojoeiro, um homem que perdera a sua mulher aproximadamente cinco meses antes. Sua vida estava começando a voltar ao normal quando em uma manhã fria, enquanto abria sua relojoaria, uma mulher o esperava. Parecia que ela o havia seguido. Curioso, foi ao seu encontro e disse:
              - Posso ajudá-la?
              - Claro, como devo chamá-lo, monsieur?
              - John, no que posso servi-la?
              - Meu nome é Helena, acabei de chegar de uma viagem a Londres e estou interessada em um novo relógio, pois o meu acabou de se quebrar.
              John logo mostrou suas melhores peças para a senhora, ela os observava com muita atenção, até que um dos relógios lhe interessou. Era o mais belo, tinha diamantes e era todo em ouro.
             - Este é importado?
             - Sim, é um dos melhores!
             - Interessei-me por ele, voltarei hoje à noite. Às oito!
             - Trabalho até às seis, mas esperarei por você.
             - Até mais, monsieur John.
             - Até logo.
             As horas se passaram, o comerciante já estava cansado de esperar, mas continuou firme, pois precisava de dinheiro. A loja não tinha tido muito movimento desde que sua esposa falecera. John já não tinha mais vigor para o trabalho. O sino das oito começou a bater, na terceira badalada duas pessoas entraram na loja: Helena e um outro homem.
              - Monsieur John, sou eu, Helena.
              John saiu do quartinho onde consertava relógios, viu um homem alto de um olhar maldoso.
              - Vou ficar com o relógio.
              - Claro, a madame gostaria na cor prata ou dourada?
              - Quero as duas cores! - Helena sorriu e fez um sinal.
              Logo que John entregou as duas caixas para a mulher, o homem que a acompanhava golpeou-o e o deixou paralizado. Enquanto o pobre viúvo tentava se recuperar e levantar-se, Helena colocou jóias e os relógios na bolsa e seu companheiro disparou dois tiros. John caiu novamente. Agora morto. Helena dava gargalhadas quando de repente sente dois tiros na cabeça...
              O homem de olhar maldoso, sem olhar para trás, rapidamente fugiu, levando tudo.
Nathália C. de Oliveira - 1ª série A - Ensino Médio - 2012


 
A TRAGÉDIA DO CONSELHEIRO

           Débora morava em Los Angeles, estava casada com Roberto há cinco anos quando resolveram mudar de cidade porque os problemas financeiros estavam graves e precisavam conseguir um emprego fixo.
          Mudaram-seentão para a cidade vizinha, onde Roberto conseguiu um emprego registrado, que lhes proporcionava melhor renda. Passaram-se alguns meses, Débora engravidou e teve uma filha a quem deram o nome de Sofia. A menina foi crescendo e com o passar do tempo foi se tornando uma garota rebelde.
          Sofia fora uma criança muito mimada e, já na adolescência começou a dar trabalho para os pais, que não estavam nada contentes com o comportamento da filha.
          Resolveram então pedir ajuda a um senhor da cidade, bem conhecido na vizinhança por sua simpatia, experiência de vida e o modo como lidava com os problemas das pessoas. 
          O casal foi até essa pessoa pedir socorro. Vendo o desespero do casal, pediu para que se acalmassem e contar o que estava acontecendo. Ao ouvir a história, não ficou chocado, pois conhecia casos muito priores.
          Ele então deu conselhos raros ao casal e disse o que deviam fazer. Débora ouviu direitinho as explicações e colocou em prática o que ele dissera. 
          Passaram-se algums dias e já se via algum resultado. A menina estava mais educada, alegre, diferente daquela adolescente mimada e insatisfeita de antes. O casal feliz foi agradecer o bom homem. Ficaram tristemente surpresos ao saber que ele havia falecido três semanas antes.
          Desde então, levam flores todos os anos para ele em agradeciemnto pela feliz mudança que fizera na vida de sua família.

Gabriela M. Alves - 1ª série A - Ensino Médio - 2012