sexta-feira, 4 de maio de 2012

Palavra busca palavra

PODER DOS ILUDIDOS

Busco nesta estrada caminhar
sem por os pés no chão.
Pelos pensamentos, voo sem ter asas
e alimento a ilusão de que um dia
seremos eternamente felizes.

Não sou mãe,
muito menos avó.
Sou uma criança que passa pela vida
e se sente madura o suficiente para dizer:
- Deixe-me andar sozinha!


A noite tem lua e estrelas
que anulan a escuridão dos sofrimentos.
A ilusão é como a noite,
é uma criança que sonha alto,
sem ter medo de cair.
Tatiana Lima - 1ª série A - Ensino Médio 2012



PÔR-DO-SOL

          Pôr-do-sol já não me faz sentir o mesmo calor de quando amei você pela primeira vez. Um calor de fogo ardente fazia me suar por amá-lo e depois me deparava naquele quarto, à meia luz, as roupas molhadas por estar tão feliz. Hoje o sol não aquece mais na mesma intensidade daquela tarde de domingo.

         Descalça no chão, tentava não fazer barulho em meio àquela bagunça que fizemos ao entrar naquele cômodo frio e silencioso. Tropecei então em seus sapatos. lembro-me de me sentir derrotada ao ver você acordar em pleno sono e me chamar novamente para seus braços.

         Os pensamentos rodeavam-me com aquelas portas fechadas, a escuridão fazia-me lembrar do nosso primeiro encontro e de como fora difícil nossa despedida na porta da minha casa ouvindo meu pai: "Ou entra agora, ou nunca mais." E nossas almas dormiram planejando o momento de nos vermos outra vez.

         No entanto o doce amor acabou da pior forma possível: com uma atitude indelicada, uma ligação telefônica depois de dias seguidos sem sinal de vida. Decepção! Joguei o aparelho celular na parede de tanto ódio... não suportei a dor. E com ela as lágrimas por não poder amá-lo mais.

         Agora lembrome de que a adolescência me trouxe você e a vida adulta tirou para deixar as lembranças tomarem conta de mim neste pôr do sol.


Jéssica Fabiana de Souza - 1ª série A - Ensino Médio - 2012